domingo, 14 de setembro de 2008

Going ahead

Passada a raiva e o stress inicial, já consigo enxergar novos horizontes. Na verdade, já consigo olhar a situação da maneira como realmente a tinha em minha cabeça, mas estava ofuscada pela sombra da raiva e do desapontamento. Uma mistura de ansiedade, indignação, coisas entaladas na garganta.
Agora consigo enxergar caminhos pela frente, ao invés do frio porãozinho onde estava instalada. Tudo tem limite e a minha paciência e ânimo lá haviam se esgotado. Estava protelando uma decisão que a vida decidiu me trazer de bandeja, não sem algum ônus, é claro. O mundo capitalista é mesmo selvagem; por mais "espírita" que se possa ser. Pois bem, talvez aí resida parte do problema: enxergar-se sempre como uma conseqüência do cosmos, sem tomar as rédeas da própria vida; acreditando que os capítulos do livro de sua trajetória já estão pré-escritos. Nem todos estão preparados para enfrentar de cara os agrúrios, as decepções, as escolhas e os esforços que a vida demanda. Por isso é sempre melhor transferir as responsabilidades a outrém; ao além, às cartas. É como esquivar-se das conseqüências e automaticamente sentir-se redimido por suas próprias atitudes.
É um tanto estranho pensar em recomeços após cinco anos, mas eu acredito na força do meu trabalho e na minha competência. É como enxergar o Sol, gostar de andar ao vento, com os raios mornos sobre a pele. Preciso dizer, com certo sarcasmo, mas sem maldade, por mais bizarro que possa parecer, que estou até um tanto feliz. Um novo dia, um novo tempo, um novo futuro. Com algumas dúvidas, mas diferentes das anteriores. Tinha medo do "mais do mesmo", da falta de perspectivas, do engessamento. Passei a enxergar novas oportunidades, um futuro possível. Um futuro que já começa.