domingo, 26 de setembro de 2010

A futilidade no mundo das telas

As redes socias, apesar da eficácia como instrumento de comunicação e velocidade nas interrelações, torna ainda mais evidente um característica da sociedade atual: a preocupaçao com a imagem e a vaidade acima de tudo, elevado à enésima potência.
Percebi que isso era realmente grave quando me dei que, no orkut, muitos membros trocaram o texto do box "sobre você" por uma foto gigantesca de si mesmo. Pior ainda quando o usuário opta por descrever-se como uma foto de corpo semi-nu. Além do espaço didaticamente denominado "álbum", onde, por consenso, coloca-se fotos (hoje sem limite de espaço), utiliza-se também o box de descrição.
Ou seja, vc nao é mais uma ideia; torna-se apenas uma imagem. Além do milhar que muitos usuários colecionam: foto no quintal, na choperia, na garagem, de pijama, de gala, na balada, lavando o banheiro... tudo é desculpa para mostrar, seja lá o que for. Por menos emblemático que for o momento....
Preocupa-me a incapacidade de pensar, que expressar-se, de elaborar-se como ser humano, que dá lugar às exigências imagéticas e ao que ela representar enquanto símbolo do status. Quando da vitória do capitalismo, opunha-se o "ser"e o "ter", depois o "pensar" e o "sentir". Hoje, opõem-se o "ser" e o "parecer". Não importa quem sou; ninguém vai se dar o trabalho de saber. O que penso, quando gosto de rir, o que me encanta e o que me entristece. Mas o meu cabelo, minha roupa e o lugar que frequento. Tudo isso evidenciado pelo montante de fotos que exibo no universo virtual... que pouco tem a ver com o meu ser real.
O fim da picada é o sexo virtual, encontros via sites de relacionamento e paqueras via mensagens instantâneas. Que são ótimas ferramentas, é inegável. Mas substituir bytes pelo cara-a-cara é demais. O culto à imagem faz parte do século XX; o século XXI embarcou na imagem que nao existe; na virtualidade da tela.