segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Escrever é uma bênção e um problema na minha vida; uma bênção enquanto me permite criar, me sentir realizada com minha criação e fazer o doce exercício cognitivo que me faz produzir cada texto; por outro, é um sacrifício, à medida que me escraviza e me prende àquilo que amo fazer...

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E eu nao sei porque as emoções se reviraram dentro de mim. Pretendo apenas ficar em paz. Minha alma irmã, hoje chorei com belas palavras, tiraram um peso que nao sabia haver dentro de mim. Quero ainda chorar muito mais e libertar-me em definitivo; nao quero grandes revoluções, quero paz.
Quero o colo que acalenta, a mão amiga, a palavra sincera, o olhar carinhoso, a suavidade dos dias, a certeza do amanhã, o calor positivo, a liberdade de espírito...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

E o choro fica preso
Não sei se na garganta
Ou se no peito

Preso no meio do nada
Bloqueando minha alma
Sufocando o futuro
Nas águas de março

Liberta as lágrimas
Liberta o amanhã
Explode em emoção
Pra começar tudo outra vez....

Outra
E outra
E outra vez...
Nesta angustiante roda

domingo, 26 de setembro de 2010

A futilidade no mundo das telas

As redes socias, apesar da eficácia como instrumento de comunicação e velocidade nas interrelações, torna ainda mais evidente um característica da sociedade atual: a preocupaçao com a imagem e a vaidade acima de tudo, elevado à enésima potência.
Percebi que isso era realmente grave quando me dei que, no orkut, muitos membros trocaram o texto do box "sobre você" por uma foto gigantesca de si mesmo. Pior ainda quando o usuário opta por descrever-se como uma foto de corpo semi-nu. Além do espaço didaticamente denominado "álbum", onde, por consenso, coloca-se fotos (hoje sem limite de espaço), utiliza-se também o box de descrição.
Ou seja, vc nao é mais uma ideia; torna-se apenas uma imagem. Além do milhar que muitos usuários colecionam: foto no quintal, na choperia, na garagem, de pijama, de gala, na balada, lavando o banheiro... tudo é desculpa para mostrar, seja lá o que for. Por menos emblemático que for o momento....
Preocupa-me a incapacidade de pensar, que expressar-se, de elaborar-se como ser humano, que dá lugar às exigências imagéticas e ao que ela representar enquanto símbolo do status. Quando da vitória do capitalismo, opunha-se o "ser"e o "ter", depois o "pensar" e o "sentir". Hoje, opõem-se o "ser" e o "parecer". Não importa quem sou; ninguém vai se dar o trabalho de saber. O que penso, quando gosto de rir, o que me encanta e o que me entristece. Mas o meu cabelo, minha roupa e o lugar que frequento. Tudo isso evidenciado pelo montante de fotos que exibo no universo virtual... que pouco tem a ver com o meu ser real.
O fim da picada é o sexo virtual, encontros via sites de relacionamento e paqueras via mensagens instantâneas. Que são ótimas ferramentas, é inegável. Mas substituir bytes pelo cara-a-cara é demais. O culto à imagem faz parte do século XX; o século XXI embarcou na imagem que nao existe; na virtualidade da tela.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Eu queria ser mais fria
Queria ser menos sentimental
Queria ser menos boba e
Mais durona
Eu queria mais corajosa
Queria ser mais inconsequente
Menos apegada
Mais desencana
Menos preocupada
Mais irresponsável
Menos boazinha
Menos tolerante
Menos iludida
Eu só queria sofrer menos!!! E um pouco de colo...

domingo, 8 de agosto de 2010

Mental e emocionalmente cansada...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

With hope

Assistindo "Aeon Flux", julguei a protagonista uma Trinity repaginada e atualizada, quase dez anos depois. A seguir, senti a semelhança com Tomb Raider: os saltos, o corpo elástico, o cabo que a mantém suspensa e faz com que ela fuja de 153 disparos e a habilidade que as faz vencer a luta contra cerca de 30 capangas do mal. E Cruise não podia ficar de fora, o ultraman de Missao Impossível. Afinal, para Hollywood, tudo é possível. Pular em cima de automóveis em movimento e de sustentar-se apenas com os pés enquanto seu corpo todo está na horizontal, a milímetros de milhares de espinhos metálicos.
Enquanto minha irmã ridicularizava todas essas cenas sem pensar - preconceito bloqueia o raciocínio - pensava eu no mote maior do filme: a força das lembranças e as emoções que as acompanham. Afinal, somos nada além do que um emaranhado de recordações que nos ensinam atemporalmente...

terça-feira, 6 de julho de 2010

Profundas....

*Pam* diz:
é....
por muito tempo me culpei de ser durona demais
hoje me cobro por tentar demais
enfim
Sarinha* diz:
e quem disse que é fácil achar o equilíbrio?
*Pam* diz:
a melhor frase da semana!!!!
ganhou o Pulitzer
Sarinha* diz:
qual?
*Pam* diz:
e quem disse que é fácil achar o equilíbrio?
Sarinha* diz:
huahauhauahuahauhauahua
nossa, fiquei até tímida agora hahaha
*Pam* diz:
mas é ótima
pq eu sempre achei que a vida tende ao equilibrio
nem excessos, nem deficiências
Sarinha* diz:
sim sim
*Pam* diz:
mas..........
e quem disse que é fácil achar o equilíbrio? kkkkkkkkkkk
Sarinha* diz:
´mas ele não é fácil
e n é eterno
soprou um ventinho...
*Pam* diz:
somos humanos, é fácil fazer a balança descompensar
especialmente quando a gente fala de emoçoes
inconsciente - out of control
Sarinha* diz:
e principalmente qd se fala de mulher.... mais ainda brasileira...
*Pam* diz:
sim sim
olha, pra falar a verdade
a verdade mesmo, dentro da minha cacholinha
nós somos exemplares minimamente mais racionais que a maioria
Sarinha* diz:
eu n acho q seja minimamente
*Pam* diz:
ah eu nao quis ser convencida, rs
a maioria só atira.... na esperança de acertar
E a gente fica pensando... interpretando.... selecionando...

O que devia ser mais valorizado, convenhamos...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Ok, um misto de inércia, uma pitada de frustração. Tristeza não. Já chega o último... Mas é o que eu digo: a gente tem que ter responsabilidade com a pessoa do outro. Hoje sou eu, amanhã é você. Respeito a posição de cada um, mas só quero que me respeitem... Ai, cansei de novo.
O que leva alguém a agir tão levianamente? Não sei... Será que era preciso mesmo?
Mas enfim... cansei de novo.

A gente afasta o que não deve e segue...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Sempre preferi manter os valores a qualquer piriguetagem. Sempre preferi em ter a certeza de que tipo de pessoa eu era do que arriscar meus alicerces e me ver perdida em meio aos paradigmas, ou a falta deles. Mas acontecimentos têm me questionado. Quem se dá bem no mundo contemporâneo atual? Serão estas vitórias frágeis ou sustentáveis? Sobra a certeza de que me considero de fundamentos sustentáveis; nao inquebráveis, mas sustentáveis. E até onde as dúvidas me seriam confortáveis? Nunca me são....

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Naquele momento, eu queria a presença do meu pai. Pai, it's you when I look in the mirror. Queria suas palavras inteligentes e a segurança que me transmite desde a vez em que fiquei presa lá no alto do escorregador. Embora nada pudesse fazer por mim naquele instante, suas palavras me fariam sentir melhor. Me fariam entender, me dariam segurança para continuar, me tirariam lá do alto do brinquedo. Era exatamente pelo fato de que nao havia nada a se fazer que que sua presença seria importante. Mas veja, tenho 27 anos e nao posso contar-te tudo. Ainda assim, a força do que ensinou me incentiva a continuar e superar as intempéries com a calma possível...

domingo, 11 de abril de 2010

Porque a vida é sem título mesmo...

O que senti hoje foi pura e simples saudade. Uma tarde fria, o Sol tímido, os fracos raios, levemente mornos, trouxeram-te. Não era tristeza, não era ressentimento, nem dor... só saudade, desprovida de qualquer jogo e de qualquer mal-entendido

Fazia minha caminhada dominical, sob o Sol ameno quando observei o velhinho curvado sobre as flores amarelas. Cuidadosamente, ele cortava o caule uma a uma e depositava numa sacolinha plástica. Com tal esmero que nao esperava ver tão casualmente pelas ruas. Acolhia-as e guardava, com as pétalas e os botões para fora da sacola, para que pudessem respirar. Levou uns bons minutos nisso.

Continuei a caminhar, a pensar no que o levara à minuciosa colheita. Talvez a mulher gostasse de amarelo. Talvez fosse um tipo raro de flor, cuja procedência eu ignorava. Ou talvez fosse apenas o desejo de manter um jardim mais colorido. Fosse o que fosse, a razão maior estava na leve beleza daquelas flores. Beleza sutil, compassada, ao alcance da sensibilidade de quem parasse para observá-las.

A cena diferia muito do culto à vaidade que confunde-se com beleza. O belo nem sempre é visível aos olhos. Mesmo assim, deparo-me com garanhões de corpos esculturais prontos a fazerem cena e a despedaçarem corações, por pura vaidade.... A beleza passa longe do exibicionismo e dos egos inchados. O belo é sensação e não olhar...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Eu revirava na cama, pra lá e pra cá. Seria tudo verdade? Estava acontecendo tudo daquela maneira mesmo? Era o mais cruel dos clichês, o pior roteiro de novela. Não havia mais solução, não havia mais escolha, além da minha própria.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Tão ruim quando sua cabeça fica vagando, em busca de uma resposta que não pode ser encontrada de imediato... o dia parece que vai em vão, sobra um vazio.... e é do vazio que eu tenho medo....

domingo, 31 de janeiro de 2010

Escrever me faz refletir e desabafar.

Chega um instante em que vc sabe que está à beira do limiar. Naquele limiar em que vc sabe que algo nao pode mais durar. Porque tudo tem um limites simples, que nao depende daquelas fronteiras que a gente delimita com a cabeça. "Até aqui eu vou..." Não, a vida tem disso: limites dos quais você não sabe, mas sente. Ou compreende. E aceita-os; porque é simplesmente o limite. Além daquilo é o abismo e dar um passo a mais é atirar-se. A única escolha é entre a lucidez e a insanidade.

Limites não se referem à disposição do espírito; porque limite é o fim da linha. Não há mais recurso para usufruir. Por isso, não se trata de um querer ou não querer. É a hora da impossibilidade de continuar. É freio último, o breque de mão à beira do rio.

Não há mais força, não há mais argumento, não há mais tentativa, não há mais esperança, não há mais ilusão. A mente cansa e o corpo também...
'
Nesse instante, é chegada a hora de entender o limite e fazer meia volta. É hora de mudança e de promover a volta por cima...

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

MAC pergunta: qual o sentido da vida?

Pamela responde:
A vida não tem sentido
a vida é o que a gente faz dela
estamos aqui de passagem, pra gastar o tempo

- :)

- qual seu objetivo com isso?

- tentar entender mais sobre o enigma da vida...

- E se a vida não for um enigma?

- ela é... pq nao tem uma regra para viver a vida

- e quem disse que ela tem mistérios a serem resolvidos? Podemos ser acasos moleculares... como as amebas

- é uma possibilidade

Por que a gente teima em querer saber de tudo se a grande maioria dessas informações não traz benefício algum para nossas vidas? Será a sensação/ilusão de estar no controle da situação, de não sentir-se ludibriado (a)? Ou será puro ego? Voyerismo?
Não tenho as respostas... só os questionamentos

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Balanço 2009

Este vai ser um balanço curtinho porque eu nao estou com muita paciência de escrever hoje. Mas parece uma certa "obrigação", parece-me que é preciso rgistrar aqui para realmente deixar o ano pra trás. Então vamos lá.

2009 vai embora tarde. Muuuuito tarde. Este foi um ano difícil, salvo os últimos três meses. Antes disso, creio que estava no processo de um pesado ciclo iniciado em agosto de 2008, que se findou com a minha entrada em Imprensa e posterior superação de alguns assuntos, bem como minha definitiva adaptação por lá.

O ano começou sob a tensao do Metrô News, vai-nao-vai, fica-nao-fica. E nem parece que foi este ano, parece que ficou uns três anos pra trás, tal como a AGZN. Ficaram apenas quem eu trouxe comigo de lá: Luciano e Rogério. Meu aniversário, o pior de todos até hoje. Demitida na véspera. Shit happens.

Três meses terríveis de desemprego. Apenas a musiquinha do celular tocandopara iluminar o rosto... sorriso que se esvairia tão logo a vida profissional estivesse certa. Wise Up. Primeiros meses difíceis. Mais difíceis pela sensaçao de estar abandonando o jornalismo do que pelo método ou pelas pessoas (lindas, por sinal!).

Inverno. Destesto inverno e era duas ou três vezes inverno na minha vida... E foi em pleno inverno, de bota e cacharrel, que fui conhecer o Igor, e logo a Ana, a Padial e todo o resto. IMPRENSA, ali estava eu. Exatamente dentro de meus planos... Brasília pra coroar meu sonho!

Chegada a hora de dizer adeus a Wise Up... e eu decidi permanecer. Mais firme e revigorada do que nunca. Encerro o ano com dois empregos marvilhosos, rodeada de pessoas igualmente maravilhosas...

Deixei algumas coisas para trás, algumas das quais queria ter deixado, outras que precisava deixar, outras que fui obrigada a deixar... e há aquelas que queria ter trazido comigo, que não gostaria que estivesse ficado no tempo, mas que nao cabia a mim escolher...

2010!!!!!!!!!!!!!!! enfim....!

domingo, 13 de dezembro de 2009

Sabe.... cansei

Na sexta-feira, pouco antes do aulão, vi o semblante da Eveline, desanimado. Ela, que vem se tornando uma grande amiga ao longo dos meses, repetia: "Eu tô tão cansada..." E eu realmente compartilhava daquela expressão, daquela frase e daquele sentimento. Porque eu sabia que ela não estava só cansada de tocar os dois empregos (tal como eu) em plena correria de final de ano. Sabia que o cansaço do qual compartilhávamos, no fundo, era outro.
Momentos antes, conversávamos na sala dos professores sobre amores: homens, sonhos, ilusões, desejos, objetivos e decepções. Ela contava os últimos desdobramentos de sua vida e suspirava cansada. Eu olhava e mal conseguia responder. Cansada também...
A coisa toda é mais simples do que possa parecer. Quero apenas alguém cuja presença me traga paz de espírito, alguém que faça rir com as coisas mais bobas, que me traga aconchego num toque de mãos, cuja presença me traga aquela delícia de calmaria...
Estou cansada das futilidades, dos joguinhos... eu não quero nada disso. Eu cansei disso.... só quero um pouquinho de sossego no meio dessa vida frenética. Não quero me sentir feita de boba, de estepe, não quero ficar cozinhando, não quero colecionar affairs, não quero ser a mais sedutora da turma, não quero ser a mulher mais dominadora, não quero brincar de adivinhação, não quero jogar mais. Não quero... quero um pouco de tranquilidade e ternura. Quero aquela pausa de quietude na presença carinhosa e inebriante.
Do resto, eu cansei....

domingo, 15 de novembro de 2009

Vale a pena

Adoro o calor, principalmente o mormaço quente no final da tarde, sem aquele sol forte ardendo o rosto quando estou dirigindo. Com o vento fresco das sete da tarde/noite, ficou ainda melhor. Voltava pela marginal pensando e curtindo o vento batendo no rosto....
Muita gente me pergunta: vale a pena gastar tanta grana para dançar cinco minutinhos? Para muitos, pensando racionalmente nao vale. O custo do minuto seria gigantesco e o retorno, pouco. Valeria talvez investir em bens duráveis. Mas a coisa nao é bem assim. Só sabe quem dança.
Para começar, nao sao cinco minutos: são meses de emoção e adrenalina. Às vezes até incômoda, mas sempre satisfatória. A gente nao ganha só experiência de palco e músculos mais afiados e afinados; ganha um conjunto de coisas. A convivência dos bastidores, mesmo com seus desafios, é fascinante. A quantidade de pessoas que a gente conhece, as afinidades que descobre, os amigos que colhe, as coisas que descobre, o arrepio na espinha, a capacidade de superar-se, a inigualável satisfação após cada ensaio (mesmo que alguns terminem até em lágrimas, o final é sempre compensador). A energia que trazemos após essa experiência é única. Qualquer baixo astral é condenado ao ostracismo. Saio de cada ensaio querendo mais, querendo piruetar no meio da rua, dentro do carro. E mesmo que o resto todo diga o contrário, que os prognósticos possam ser ruins, que eu tenha outros motivos para o desatino, eu estou lá, piruetando. E feliz da vida.
E vale?? Valem os xingos, as dores, os feriados perdidos, as brigas pela contagem, os pés esfolados, as pernas roxas? Valem. Tudo vale a pena....
Quando penso financeiramente, penso também... o que eu fiz da vida? Eu vou saber responder essa pergunta um dia, com um iluminado sorriso nos lábios. Quem marcaria mais meu viver, tudo o que a dança me proporciona ou uma bolsa nova, um carro novo, um armário novo?
Eu só quero é piruetar!!!! E que todos vocês possam estar sempre fazendo no palco da vida a melhor de suas piruetas...................... =)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Fragmentos 1

... Ela estremeceu por inteiro ao ver a imagem. Sentia tremer todos os membros, sentia tremer por dentro. Tremiam as vísceras, o sangue parecia como um líquido qualquer chacoalhando em meio a um terremoto. Não conseguia mais ver aquelas letrinhas sem remeter à sensação de pânico que invadia o corpo involuntariamente e fazia a mente parar por alguns momentos. No entanto, sabia que guardava dentro si a informação que faria abreviar a péssima sensação. Só não sabia onde encontrá-la de imediato. Vasculhava a mente insanamente, sem um pingo de auxílio da razão; vasculhava pelo remédio animalescamente dentro de suas memórias.
Pegou o cachecol e saiu pelo noite fria e escura. A ausência de pessoas acentuava a ausência do sorriso e de um sorriso de empatia. Resolveu refugiar-se no futuro; aconchegar-se no amanhã. Isso deveria bastar-lhe por hora....

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

"It is always nice to be remembered" - lembrada e oportunamente repetida por Paulo Francis

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Making a lemonade

"If life gives you lemons, make a lemonade"

É isso que eu preciso ter em mente, o tempo todo. Tentando fazer uma limonada, bem açucarada.
Já foram muitas amolações este ano e, acrediatndo, que estou fechadno este ciclo, à medida que abri um novo, aqui em IMPRENSA. Acreditava estar abrindo dois novos ciclos, mas talvez só um. Ou talvez seja só o começo do começo de um segundo novo ciclo, que corre paralelamente.
Pois bem, tentei fazer litros de limonada neste final de semana que passou. Sexta-feira, bar com Rogério e Luciano, grande amizades conquistadas no MN. Estava em ótima companhia, gente com bagagem, com ideias, com quereres e afazeres. Isso me extasia. Por que eu haveria de preocupar por muito menos se tinha gente como eles por ali? Fora que é bom saber que as amizades ficaram.
Sábado, provas na escola. Cansa? Cansa. E muito. Principalmente os teachers. A gente precisa resolver tudo num dia para a hora da virada; notas, aprovações, reprovações. Vale a pena? Muito também. Aplicar a prova oral é sempre uma surpresa. Os alunos acabam se abrindo pra você. Saí de lá com vontade de pegar uns no colo. Outros, que, a iminência da última aula, decidem te dizer um "obrigado por tudo, teacher" e como o módulo foi bom. EU sou uma boba, me amociono com tudo isso e me apego tb. Aliás, lá, aprendi a não me pegar demais. Os módulos sáo rápidos, os alunos passam por você, mas estão sempre ali, prontos a cumprimentar e perguntar os pormenores de sua vida, que eles lembram dos minutos em classe. Fora a energia daqueles teachers que eu amo!

À noite, balada com a Eveline e a Su de quebra. QUem disse que teacher só serve pra dar aula? FOi ótimo, acabou com meu preconceito em relação ao samba e ao samba rock. Domingo, dia de celebrar duas pessoas muito queridas. A festa foi linda, a cara deles.... o problema foi eu ter de carregar uma sacolinah do Camicado. Não estou no momento disso. Não estou... Foi custoso. Muito custoso. A chuva do final do dia então, me fez sentir o azedume dos limões de novo. MAs graças a Deus vem a segunda-feira e me lembra que eu tenho jarras de limonada pra fazer....

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

"Bailarino tem que aprender a conviver com a dor. Porque a dor faz parte da vida". Eu digo que no Raça trago boas lições não só de dança e postura, mas de vida. A frase foi proferida por Andrea Sposito, a professora de alongamento e sapateado, à aluna Helena, 12 anos, uma das minhas "parceiras" de alongamento. Helena e Larissa, 11. Exercício em trio... achei uma fofura das duas me chamando. Ainda bem que tenho quase o tamanho delas, rs.
Eu sempre digo que lá a gente aprende a ter coragem, a se superar, a se esforçar. E a aprende "como" progredir. E sei qeu lá posso varrer tudo da cabeça, mesmo que meus ombros pesem. Mesmo que eu volte chorando no carro depois. Ou antes. Mas aquele é MEU momento de explodir. Mesmo que o Edy grite comigo e que eu erre tudo. No dia seguinte, vou acertar. E melhorar. E me ver mais linda no espelho.

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Por hoje é só. Tinha outra coisa pra postar, mas tô sem tempo. Aliás, Massimo Felice disse que a falta de tempo se tornou um problema social. Ai que vontade de chorar!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

“A adição de uma gota de tinta azul num copo de água resulta não numa gota azul com água mas em água azul: uma nova realidade”. Paul Levinson

Amando o livro de Kerkhove!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Barbinhas ralas e bigodinhos verticais

Texto de Arnaldo Jabor, publicado no Caderno 2 do Estadão, edição de 15/9/2009.
Vejam se não reconhecem algo nesse texto...


Quero ser feliz. Para isso, preciso de modelos. Há os livros de autoajuda, há a felicidade oficial da "mídia". Quero ser feliz e nas revistas vejo os ídolos modernos malhados, todos sedutores e comedores com a barbinha malfeita de propósito ("six o"clock shave") pegando as "modeletes" - todas rapadinhas com seus bigodinhos de Hitler no púbis (Brazilian Wax). Barbinhas ralas e bigodinhos verticais são a última moda importada de NY para os garanhõezinhos e namoradas chiques.Não estou criticando isso; estou é com inveja dessa ligeireza, tenho inveja da mediocridade dos objetivos. No Brasil de hoje, a burrice é uma bênção. Os homens-celebridade estão cada vez mais seguros de seus haréns, as mulheres mais belas. No entanto, velho romântico, penso: e a conversa de depois? Como manter aquela energia narcisista? Meu avô uma vez me gozou: "Quer namorada inteligente? Vai namorar o San Tiago Dantas..." (intelectual da época).Quero ser feliz modernamente, mas carrego comigo lentidões, traumas, conflitos. Sinto-me aquém dos felizes de hoje. Não consigo me enquadrar nos rituais de prazer das revistas. Posso ter uma crise de depressão em meio a uma orgia...Fui educado por jesuítas e pai severo, para quem o riso era um pecado; ensinaram-me que a felicidade era uma missão a ser cumprida, a conquista de algo maior, que nos coroasse de louros. A felicidade demandava sacrifício, uma luta sobre obstáculos. Olhando os retratos antigos, vemos que a felicidade masculina estava ligada à ideia de "dignidade", de vitória de um projeto de poder. Vemos os barbudos do século 19 de nariz empinado, os perfis de medalha, donos de um poder qualquer nem que fosse no lar, sobre a mulher e filhos aterrorizados.Mas eu queria ser mais livre, menos vergado ao peso de tanta responsabilidade severa.Por isso, quando cheguei aos 20 anos, meu ídolo passou a ser o James Bond: bonito, corajoso, entendendo de vinhos e de aviões supersônicos, comendo todo mundo, de smoking. Ele era livre e mundano? Sim, mas mesmo o James Bond se esforçava, pois tinha a missão de "salvar o mundo". Era um trabalhador incansável que merecia as louras que papava. Hoje, não. Nossos heróis masculinos não trabalham ou ostentam uma "allure" ociosa e cínica.A mídia nos ensina que os heróis da felicidade não têm ideal algum a conquistar, a não ser eles mesmos. A felicidade é uma construção de bom funcionamento, de desempenho. O ideal de felicidade é o brilho do prazer sem conflitos, sem afetos profundos todos sorridentes e simpáticos, porque é mais "comercial" ser alegre do que o velhos heróis que carregavam a dor do mundo. O herói feliz passa a ideia de que não precisa de ninguém. Para o herói da mídia, o mundo é um grande pudim a ser comido. Sem compromissos, ele quer sexo e amor, sem amar ninguém. Há um "donjuanismo" consentido, pois as mulheres não defendem mais virtudes castas - ao contrário, cada vez mais imitam o comportamento deles. Desejam ser "coisas" se amando. Assim como a mulher deseja ser um "avião", uma máquina peituda, bunduda, sexy, o homem também quer ser uma metralhadora, uma Ferrari, um torpedo inteligente e, mais que tudo, um grande pênis voador, superpotente, frívolo, que pousa e voa de novo, sem flacidez e sem angústias. O encontro humano virou um modelo de armar, um "lego" de carne. O herói macho A se encaixa em heroína fêmea B e produzem uma engrenagem C, repleta de luxo e arrepios entre lanchas e caipirinhas, entre jet skis e BMWs, num esfuziante casamento que dura, no máximo, três capas de Caras.E de tudo isso emana uma estranha "profundidade superficial" (desculpem o oxímoro), porque esse diletantismo raso tem o charme de ser uma sabedoria elegante e "contemporânea".Meu homem é antes de tudo um forte, mas um negador. Para ser feliz, precisa negar, renegar problemas, esquecer, não lembrar das tristezas do mundo. Sua receita de felicidade: não pensar em doenças, ignorar o inconsciente, lamentar a miséria sem nada fazer por ela. O macho brasileiro tem pavor de ser possuído ou tomado pela fraqueza da paixão. Não há entrega; basta-lhe o encaixe.Meu homem moderno almeja orgasmos longos, ereções vítreas sem trêmulas meias-bombas, meu homem feliz quer ser malhado e esportivo, se bem que informado e cínico, meu homem conhece bem as tragédias modernas, mas se lixa para elas, não por maldade, mas por um alegre desencanto.Meu homem vive em velocidade. O mundo da internet, do celular, do mercado financeiro imprimiu seu ritmo nele, dando-lhe o glamour de um funcionamento sem corrosão, sem desgaste de material, uma eterna juventude que afasta a ideia de morte ou velhice. Felicidade é um videoclipe; angústia é Antonioni.Assim, meu homem feliz é casado consigo mesmo.Mas, chega um dia em que o herói deprime, um dia em que a barriga cresce, o amargor torce-lhe os lábios, o "passaralho" cai e o homem feliz percebe que também precisa de um ideal de encontro, de algo semelhante à tal velha felicidade.Ele começa a perceber, confusamente, que a verdadeira solidão é apavorante. Daí, ele faz tudo para evitar a ideia de morte, de fim, senão sua liberdade ficaria insuportável.Com a idade, ele percebe que não há apoteose na vida. Nada se fechará numa plenitude, nada se resolverá inteiramente.Daí, ele passa a viver um paradoxo: ligar-se sem ligar-se. Ele percebe que precisa do amor ou do casamento ou de mais poder como uma "esperança de sentido".Aí, sua tentativa de felicidade fica "em rodízio", como em uma churrascaria: amor, poder, sexo. Em vez de se conformar com essa mutação sem finalidade, ele tenta satisfazer-se numa eterna insatisfação. Como um James Bond fracassado, como um Tom Cruise envelhecido que jamais perde a pose. Nem para si mesmo. E se gasta nessa Missão Impossível.

domingo, 30 de agosto de 2009

Ritornello

À certa altura da tarde, já exausta, veio de súbito, um estalo na mente. Há quase quatro anos, também às vésperas do sete de setembro (ou seria exatamente na data TÃO festiva?) tinha o mesmo ímpeto. Trocava tudo de lugar; puxava, arrastava, analisava, limpava e recolocava. Ao certo, não saberia dizer se puxava os móveis ou as idéias; pensamentos arrastados, alguns arranhados, mas vivos. Tão vivos quanto o Sol que adentrava pela ampla janela no meio da desordem.
Os motivos da reordenação eram outros; ontem, fora um desejo de renovação; por hora, bastam as renovações. Creio que estou renovada e reavivada; talvez precisasse de um marco figurativo, um ponto de explícito recomeço para satisfazer meu inconsciente, tão exageradamente consciente e atento. O começo do fim de um período de transição e readaptação em diversos aspectos.
Ambiente limpo e reorganizado, alma limpa e satisfatoriamente aberta. Motivada a buscar mais. Chegar ao ponto alto, promover mais alguns ajustes. Olhava para meu pai, meu grande companheiro de todas as jornadas, e me sentia grata pela certeza e pela tranquilidade de sempre. Quem mais me ajudaria a arrastar todos os móveis e todas as idéias, com tal serenidade e simplicidade? Quisera eu que ele soubesse de todas elas...