segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Balanço 2009

Este vai ser um balanço curtinho porque eu nao estou com muita paciência de escrever hoje. Mas parece uma certa "obrigação", parece-me que é preciso rgistrar aqui para realmente deixar o ano pra trás. Então vamos lá.

2009 vai embora tarde. Muuuuito tarde. Este foi um ano difícil, salvo os últimos três meses. Antes disso, creio que estava no processo de um pesado ciclo iniciado em agosto de 2008, que se findou com a minha entrada em Imprensa e posterior superação de alguns assuntos, bem como minha definitiva adaptação por lá.

O ano começou sob a tensao do Metrô News, vai-nao-vai, fica-nao-fica. E nem parece que foi este ano, parece que ficou uns três anos pra trás, tal como a AGZN. Ficaram apenas quem eu trouxe comigo de lá: Luciano e Rogério. Meu aniversário, o pior de todos até hoje. Demitida na véspera. Shit happens.

Três meses terríveis de desemprego. Apenas a musiquinha do celular tocandopara iluminar o rosto... sorriso que se esvairia tão logo a vida profissional estivesse certa. Wise Up. Primeiros meses difíceis. Mais difíceis pela sensaçao de estar abandonando o jornalismo do que pelo método ou pelas pessoas (lindas, por sinal!).

Inverno. Destesto inverno e era duas ou três vezes inverno na minha vida... E foi em pleno inverno, de bota e cacharrel, que fui conhecer o Igor, e logo a Ana, a Padial e todo o resto. IMPRENSA, ali estava eu. Exatamente dentro de meus planos... Brasília pra coroar meu sonho!

Chegada a hora de dizer adeus a Wise Up... e eu decidi permanecer. Mais firme e revigorada do que nunca. Encerro o ano com dois empregos marvilhosos, rodeada de pessoas igualmente maravilhosas...

Deixei algumas coisas para trás, algumas das quais queria ter deixado, outras que precisava deixar, outras que fui obrigada a deixar... e há aquelas que queria ter trazido comigo, que não gostaria que estivesse ficado no tempo, mas que nao cabia a mim escolher...

2010!!!!!!!!!!!!!!! enfim....!

domingo, 13 de dezembro de 2009

Sabe.... cansei

Na sexta-feira, pouco antes do aulão, vi o semblante da Eveline, desanimado. Ela, que vem se tornando uma grande amiga ao longo dos meses, repetia: "Eu tô tão cansada..." E eu realmente compartilhava daquela expressão, daquela frase e daquele sentimento. Porque eu sabia que ela não estava só cansada de tocar os dois empregos (tal como eu) em plena correria de final de ano. Sabia que o cansaço do qual compartilhávamos, no fundo, era outro.
Momentos antes, conversávamos na sala dos professores sobre amores: homens, sonhos, ilusões, desejos, objetivos e decepções. Ela contava os últimos desdobramentos de sua vida e suspirava cansada. Eu olhava e mal conseguia responder. Cansada também...
A coisa toda é mais simples do que possa parecer. Quero apenas alguém cuja presença me traga paz de espírito, alguém que faça rir com as coisas mais bobas, que me traga aconchego num toque de mãos, cuja presença me traga aquela delícia de calmaria...
Estou cansada das futilidades, dos joguinhos... eu não quero nada disso. Eu cansei disso.... só quero um pouquinho de sossego no meio dessa vida frenética. Não quero me sentir feita de boba, de estepe, não quero ficar cozinhando, não quero colecionar affairs, não quero ser a mais sedutora da turma, não quero ser a mulher mais dominadora, não quero brincar de adivinhação, não quero jogar mais. Não quero... quero um pouco de tranquilidade e ternura. Quero aquela pausa de quietude na presença carinhosa e inebriante.
Do resto, eu cansei....

domingo, 15 de novembro de 2009

Vale a pena

Adoro o calor, principalmente o mormaço quente no final da tarde, sem aquele sol forte ardendo o rosto quando estou dirigindo. Com o vento fresco das sete da tarde/noite, ficou ainda melhor. Voltava pela marginal pensando e curtindo o vento batendo no rosto....
Muita gente me pergunta: vale a pena gastar tanta grana para dançar cinco minutinhos? Para muitos, pensando racionalmente nao vale. O custo do minuto seria gigantesco e o retorno, pouco. Valeria talvez investir em bens duráveis. Mas a coisa nao é bem assim. Só sabe quem dança.
Para começar, nao sao cinco minutos: são meses de emoção e adrenalina. Às vezes até incômoda, mas sempre satisfatória. A gente nao ganha só experiência de palco e músculos mais afiados e afinados; ganha um conjunto de coisas. A convivência dos bastidores, mesmo com seus desafios, é fascinante. A quantidade de pessoas que a gente conhece, as afinidades que descobre, os amigos que colhe, as coisas que descobre, o arrepio na espinha, a capacidade de superar-se, a inigualável satisfação após cada ensaio (mesmo que alguns terminem até em lágrimas, o final é sempre compensador). A energia que trazemos após essa experiência é única. Qualquer baixo astral é condenado ao ostracismo. Saio de cada ensaio querendo mais, querendo piruetar no meio da rua, dentro do carro. E mesmo que o resto todo diga o contrário, que os prognósticos possam ser ruins, que eu tenha outros motivos para o desatino, eu estou lá, piruetando. E feliz da vida.
E vale?? Valem os xingos, as dores, os feriados perdidos, as brigas pela contagem, os pés esfolados, as pernas roxas? Valem. Tudo vale a pena....
Quando penso financeiramente, penso também... o que eu fiz da vida? Eu vou saber responder essa pergunta um dia, com um iluminado sorriso nos lábios. Quem marcaria mais meu viver, tudo o que a dança me proporciona ou uma bolsa nova, um carro novo, um armário novo?
Eu só quero é piruetar!!!! E que todos vocês possam estar sempre fazendo no palco da vida a melhor de suas piruetas...................... =)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Fragmentos 1

... Ela estremeceu por inteiro ao ver a imagem. Sentia tremer todos os membros, sentia tremer por dentro. Tremiam as vísceras, o sangue parecia como um líquido qualquer chacoalhando em meio a um terremoto. Não conseguia mais ver aquelas letrinhas sem remeter à sensação de pânico que invadia o corpo involuntariamente e fazia a mente parar por alguns momentos. No entanto, sabia que guardava dentro si a informação que faria abreviar a péssima sensação. Só não sabia onde encontrá-la de imediato. Vasculhava a mente insanamente, sem um pingo de auxílio da razão; vasculhava pelo remédio animalescamente dentro de suas memórias.
Pegou o cachecol e saiu pelo noite fria e escura. A ausência de pessoas acentuava a ausência do sorriso e de um sorriso de empatia. Resolveu refugiar-se no futuro; aconchegar-se no amanhã. Isso deveria bastar-lhe por hora....

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

"It is always nice to be remembered" - lembrada e oportunamente repetida por Paulo Francis

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Making a lemonade

"If life gives you lemons, make a lemonade"

É isso que eu preciso ter em mente, o tempo todo. Tentando fazer uma limonada, bem açucarada.
Já foram muitas amolações este ano e, acrediatndo, que estou fechadno este ciclo, à medida que abri um novo, aqui em IMPRENSA. Acreditava estar abrindo dois novos ciclos, mas talvez só um. Ou talvez seja só o começo do começo de um segundo novo ciclo, que corre paralelamente.
Pois bem, tentei fazer litros de limonada neste final de semana que passou. Sexta-feira, bar com Rogério e Luciano, grande amizades conquistadas no MN. Estava em ótima companhia, gente com bagagem, com ideias, com quereres e afazeres. Isso me extasia. Por que eu haveria de preocupar por muito menos se tinha gente como eles por ali? Fora que é bom saber que as amizades ficaram.
Sábado, provas na escola. Cansa? Cansa. E muito. Principalmente os teachers. A gente precisa resolver tudo num dia para a hora da virada; notas, aprovações, reprovações. Vale a pena? Muito também. Aplicar a prova oral é sempre uma surpresa. Os alunos acabam se abrindo pra você. Saí de lá com vontade de pegar uns no colo. Outros, que, a iminência da última aula, decidem te dizer um "obrigado por tudo, teacher" e como o módulo foi bom. EU sou uma boba, me amociono com tudo isso e me apego tb. Aliás, lá, aprendi a não me pegar demais. Os módulos sáo rápidos, os alunos passam por você, mas estão sempre ali, prontos a cumprimentar e perguntar os pormenores de sua vida, que eles lembram dos minutos em classe. Fora a energia daqueles teachers que eu amo!

À noite, balada com a Eveline e a Su de quebra. QUem disse que teacher só serve pra dar aula? FOi ótimo, acabou com meu preconceito em relação ao samba e ao samba rock. Domingo, dia de celebrar duas pessoas muito queridas. A festa foi linda, a cara deles.... o problema foi eu ter de carregar uma sacolinah do Camicado. Não estou no momento disso. Não estou... Foi custoso. Muito custoso. A chuva do final do dia então, me fez sentir o azedume dos limões de novo. MAs graças a Deus vem a segunda-feira e me lembra que eu tenho jarras de limonada pra fazer....

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

"Bailarino tem que aprender a conviver com a dor. Porque a dor faz parte da vida". Eu digo que no Raça trago boas lições não só de dança e postura, mas de vida. A frase foi proferida por Andrea Sposito, a professora de alongamento e sapateado, à aluna Helena, 12 anos, uma das minhas "parceiras" de alongamento. Helena e Larissa, 11. Exercício em trio... achei uma fofura das duas me chamando. Ainda bem que tenho quase o tamanho delas, rs.
Eu sempre digo que lá a gente aprende a ter coragem, a se superar, a se esforçar. E a aprende "como" progredir. E sei qeu lá posso varrer tudo da cabeça, mesmo que meus ombros pesem. Mesmo que eu volte chorando no carro depois. Ou antes. Mas aquele é MEU momento de explodir. Mesmo que o Edy grite comigo e que eu erre tudo. No dia seguinte, vou acertar. E melhorar. E me ver mais linda no espelho.

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Por hoje é só. Tinha outra coisa pra postar, mas tô sem tempo. Aliás, Massimo Felice disse que a falta de tempo se tornou um problema social. Ai que vontade de chorar!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

“A adição de uma gota de tinta azul num copo de água resulta não numa gota azul com água mas em água azul: uma nova realidade”. Paul Levinson

Amando o livro de Kerkhove!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Barbinhas ralas e bigodinhos verticais

Texto de Arnaldo Jabor, publicado no Caderno 2 do Estadão, edição de 15/9/2009.
Vejam se não reconhecem algo nesse texto...


Quero ser feliz. Para isso, preciso de modelos. Há os livros de autoajuda, há a felicidade oficial da "mídia". Quero ser feliz e nas revistas vejo os ídolos modernos malhados, todos sedutores e comedores com a barbinha malfeita de propósito ("six o"clock shave") pegando as "modeletes" - todas rapadinhas com seus bigodinhos de Hitler no púbis (Brazilian Wax). Barbinhas ralas e bigodinhos verticais são a última moda importada de NY para os garanhõezinhos e namoradas chiques.Não estou criticando isso; estou é com inveja dessa ligeireza, tenho inveja da mediocridade dos objetivos. No Brasil de hoje, a burrice é uma bênção. Os homens-celebridade estão cada vez mais seguros de seus haréns, as mulheres mais belas. No entanto, velho romântico, penso: e a conversa de depois? Como manter aquela energia narcisista? Meu avô uma vez me gozou: "Quer namorada inteligente? Vai namorar o San Tiago Dantas..." (intelectual da época).Quero ser feliz modernamente, mas carrego comigo lentidões, traumas, conflitos. Sinto-me aquém dos felizes de hoje. Não consigo me enquadrar nos rituais de prazer das revistas. Posso ter uma crise de depressão em meio a uma orgia...Fui educado por jesuítas e pai severo, para quem o riso era um pecado; ensinaram-me que a felicidade era uma missão a ser cumprida, a conquista de algo maior, que nos coroasse de louros. A felicidade demandava sacrifício, uma luta sobre obstáculos. Olhando os retratos antigos, vemos que a felicidade masculina estava ligada à ideia de "dignidade", de vitória de um projeto de poder. Vemos os barbudos do século 19 de nariz empinado, os perfis de medalha, donos de um poder qualquer nem que fosse no lar, sobre a mulher e filhos aterrorizados.Mas eu queria ser mais livre, menos vergado ao peso de tanta responsabilidade severa.Por isso, quando cheguei aos 20 anos, meu ídolo passou a ser o James Bond: bonito, corajoso, entendendo de vinhos e de aviões supersônicos, comendo todo mundo, de smoking. Ele era livre e mundano? Sim, mas mesmo o James Bond se esforçava, pois tinha a missão de "salvar o mundo". Era um trabalhador incansável que merecia as louras que papava. Hoje, não. Nossos heróis masculinos não trabalham ou ostentam uma "allure" ociosa e cínica.A mídia nos ensina que os heróis da felicidade não têm ideal algum a conquistar, a não ser eles mesmos. A felicidade é uma construção de bom funcionamento, de desempenho. O ideal de felicidade é o brilho do prazer sem conflitos, sem afetos profundos todos sorridentes e simpáticos, porque é mais "comercial" ser alegre do que o velhos heróis que carregavam a dor do mundo. O herói feliz passa a ideia de que não precisa de ninguém. Para o herói da mídia, o mundo é um grande pudim a ser comido. Sem compromissos, ele quer sexo e amor, sem amar ninguém. Há um "donjuanismo" consentido, pois as mulheres não defendem mais virtudes castas - ao contrário, cada vez mais imitam o comportamento deles. Desejam ser "coisas" se amando. Assim como a mulher deseja ser um "avião", uma máquina peituda, bunduda, sexy, o homem também quer ser uma metralhadora, uma Ferrari, um torpedo inteligente e, mais que tudo, um grande pênis voador, superpotente, frívolo, que pousa e voa de novo, sem flacidez e sem angústias. O encontro humano virou um modelo de armar, um "lego" de carne. O herói macho A se encaixa em heroína fêmea B e produzem uma engrenagem C, repleta de luxo e arrepios entre lanchas e caipirinhas, entre jet skis e BMWs, num esfuziante casamento que dura, no máximo, três capas de Caras.E de tudo isso emana uma estranha "profundidade superficial" (desculpem o oxímoro), porque esse diletantismo raso tem o charme de ser uma sabedoria elegante e "contemporânea".Meu homem é antes de tudo um forte, mas um negador. Para ser feliz, precisa negar, renegar problemas, esquecer, não lembrar das tristezas do mundo. Sua receita de felicidade: não pensar em doenças, ignorar o inconsciente, lamentar a miséria sem nada fazer por ela. O macho brasileiro tem pavor de ser possuído ou tomado pela fraqueza da paixão. Não há entrega; basta-lhe o encaixe.Meu homem moderno almeja orgasmos longos, ereções vítreas sem trêmulas meias-bombas, meu homem feliz quer ser malhado e esportivo, se bem que informado e cínico, meu homem conhece bem as tragédias modernas, mas se lixa para elas, não por maldade, mas por um alegre desencanto.Meu homem vive em velocidade. O mundo da internet, do celular, do mercado financeiro imprimiu seu ritmo nele, dando-lhe o glamour de um funcionamento sem corrosão, sem desgaste de material, uma eterna juventude que afasta a ideia de morte ou velhice. Felicidade é um videoclipe; angústia é Antonioni.Assim, meu homem feliz é casado consigo mesmo.Mas, chega um dia em que o herói deprime, um dia em que a barriga cresce, o amargor torce-lhe os lábios, o "passaralho" cai e o homem feliz percebe que também precisa de um ideal de encontro, de algo semelhante à tal velha felicidade.Ele começa a perceber, confusamente, que a verdadeira solidão é apavorante. Daí, ele faz tudo para evitar a ideia de morte, de fim, senão sua liberdade ficaria insuportável.Com a idade, ele percebe que não há apoteose na vida. Nada se fechará numa plenitude, nada se resolverá inteiramente.Daí, ele passa a viver um paradoxo: ligar-se sem ligar-se. Ele percebe que precisa do amor ou do casamento ou de mais poder como uma "esperança de sentido".Aí, sua tentativa de felicidade fica "em rodízio", como em uma churrascaria: amor, poder, sexo. Em vez de se conformar com essa mutação sem finalidade, ele tenta satisfazer-se numa eterna insatisfação. Como um James Bond fracassado, como um Tom Cruise envelhecido que jamais perde a pose. Nem para si mesmo. E se gasta nessa Missão Impossível.

domingo, 30 de agosto de 2009

Ritornello

À certa altura da tarde, já exausta, veio de súbito, um estalo na mente. Há quase quatro anos, também às vésperas do sete de setembro (ou seria exatamente na data TÃO festiva?) tinha o mesmo ímpeto. Trocava tudo de lugar; puxava, arrastava, analisava, limpava e recolocava. Ao certo, não saberia dizer se puxava os móveis ou as idéias; pensamentos arrastados, alguns arranhados, mas vivos. Tão vivos quanto o Sol que adentrava pela ampla janela no meio da desordem.
Os motivos da reordenação eram outros; ontem, fora um desejo de renovação; por hora, bastam as renovações. Creio que estou renovada e reavivada; talvez precisasse de um marco figurativo, um ponto de explícito recomeço para satisfazer meu inconsciente, tão exageradamente consciente e atento. O começo do fim de um período de transição e readaptação em diversos aspectos.
Ambiente limpo e reorganizado, alma limpa e satisfatoriamente aberta. Motivada a buscar mais. Chegar ao ponto alto, promover mais alguns ajustes. Olhava para meu pai, meu grande companheiro de todas as jornadas, e me sentia grata pela certeza e pela tranquilidade de sempre. Quem mais me ajudaria a arrastar todos os móveis e todas as idéias, com tal serenidade e simplicidade? Quisera eu que ele soubesse de todas elas...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Peregrinando e pensando...

Adoro caminhar e adoro caminhar olhando para cima; olhando para o céu, principalmente quando as nuvens se dividem e formam pequenos montinhos esbranquiçados. Gosto de caminhar olhando para o céu porque me faz lembrar da imensidão da vida; de quantas possibilidades que ela ainda há nos gerar, de quantos vai-e-vens, de quantos segundos ainda estão por vir, de quantas pessoas ainda não conheci e de quantas coisas ainda não experimentei. Me faz lembrar que sempre posso ir além, que não tenho porque temer o que me parece limitado agora. Limite não há frente a imensidão...
Se caminho olhando para baixo, é porque estou exageradamente imersa nos meus problemas imediatos e nos pormenores do cotidiano. E isso é extremamente restritivo. A gente precisa lidar com as coisas do dia-a-dia mas não deixar-se engolir por elas. Lembrar que a dimensão da vida é muito mais ampla e oferece muito mais do que aquilo que está ao rápido alcance das mãos. E caminhar me faz refletir, criar vácuos criativos e ter alguns insights. Aliás, ontem a noite estava uma delícia echeguei a uma conclusão "brilhante"; aquelas premissas que vêem à cabeça se mais nem menos.

Os antigos jogadores do Super NES lembram daquele "truque" do SELECT START, tenho certeza. Esse é um daqueles macetes que não estão no manual, mas que todo mundo aprende fuçando. Para quem não sabe, quando se está no meio de um desafio - o Mário ouo Luigi pulando incansáveis dragões, em busca de um cogumelo vermelho - é possível pressionar essa combinação de teclas e cancelar o jogo. É simples: é só pausar e depois sair. O jogador volta ao mapa inicial da maneira como começou. Todo o esforço dispendido naquele mundo é descartado. Não adiantou pular obstáculos ou pegar estrelas. Mas também não é preciso ir até o final e correr o risco de perder uma vida. Volta-se ao mapa. Volta-se ao ponto inicial. Nada é perdido ams também não há ganhos, além da chance de "permanecer". E ter todas as possibilidades de volta.
De repente é isso. Às vezes, há de se considerar. PAUSE, SELECT, START.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Afinidade

Afinidade é algo quase mágico. Enquanto muitos procuram por ela, o universo simplesmente se incumbe de reunir pessoas afins. E pronto, a mágica está feita. É uma questão de probabilidade incerta: com tanta gente no mundo, pode-se encontrar seres afins. Ou não.
Na verdade, afinidade não é algo difícil de explicar. Para isso, há uma explicação da psicologia, uma da sociologia, uma da teologia, uma da geografia e uma da literatura. Mas afinidade é uma questão de "quereres", de disposição, de tendência, de pensamento, de momento, de lugar, de olhar, de bate-papo, de estar, de relógio, de acaso, de busca e até mesmo, de inércia; e de acaso. O incontrolável acaso. E plim...! A magia está feita.
Afinidade acontece em casa, na rua, no ônibus, no trabalho, na lanchonete e no lava-rápido. Com o cão, com o balconista, com a secretária, com os colegas, com o guarda de trânsito. E também acontece de não acontecer.
E é por isso que às vezes dói tanto quando tudo isso se perde...

domingo, 28 de junho de 2009

A sheet, a shelter

Não queria parar para pensar. Preferia me distrair com a TV. Não queria parar para pensar porque não queria parar para sentir as emoções que tais pensamentos me trariam. Mas era quase inevitável; pensar talvez me fizesse esvair a incerteza. Queria mesmo, talvez, voltar ao portão, à rua, ao carro.
Quase não tinha te sentido naquelas horas; estava por demais imersa em minhas dúvidas e insegurança. Talvez desperdiçara o momento, mas talvez só quisesse me sentir mais tua, mais leve, mais desarmada. No entanto, mantive as armas em punho. Pesadas demais para que pudesse sentir a leveza do teu toque.
No fundo, quisera segurança, quisera estar à vontade do teu lado e queria que o estivesse também. Te queria por completo comigo. Alguma certeza, possivelmente. Teu abrigo, teu conforto, tuas mãos, teu cheiro e tuas palavras. Um pouco de ti. E um pouco mais do teu tempo. Quisera mesmo era entender tudo aquilo. Quisera esvair as dúvidas, quisera me jogar nos braços sem indagações. Mas o jogo às vezes se sobressai, aguando as emoções.
Well, just in case, sempre sobra o consolo da pena (ou da letra) amiga...

sábado, 18 de abril de 2009

My passion

Primeira aula de ballet, com o Tomaselli. "Tá com dor na lombar? É o pacote: ballet/dor na lombar, dor na lombar e ballet", disse ele. Há quanto tempo eu queria estar ali.... Quantas vezes nao saí da aula do Edy e ficava babando do lado de fora... Agora me sinto realmente parte de tudo aquilo...
Para quem estava há tanto tempo sem encarar uma aula de ballet, não fiz feio não. Sustentei uma pirueta lá e cá, fiz um belo promenade. Graças ao teacher Edy, of course. E saí de lá tilintando, extasiada. Lalalá... Leve, mas com as pernas pesando...
É difícil compreender, mas toda a concentração que a dança exige faz esquecer de qualquer coisa. Das obrigações, das brigas, do peso do dia-a-dia, do cansaço e das horas... Naquele momento, nada mais existe. É você e você; às vezes, você e o espelho. É um profundo exercício de introspecção, de autoconhecimento e um desafio. Desafiar a si mesmo, tentar vencer do eu de minutos atrás. Quem vai vencer, o músculo fraco ou o músculo fortalecido? A perna frouxa ou o cérebro que manda esticá-la? Aos poucos, você vai entendendo que não importa quem está do seu lado, se ele executa bem ou mal o exercício. Muito menos quem assiste. Aos poucos, o bailarino ingressa em um legítimo estado alterado da consciência e volta-se para dentro de si mesmo. É você e a música, as pernas, o braço. Você e o mundo.... Pra mim, as artes e o esporte são as mais eficazes formas de transcendência. Por natureza, o ser humano quer sempre ir além; saber o que há por trás do horizonte e além do arco-íris. Mesmo que, na realidade, não haja nada por lá...
Antes de terminar a aula, pelo espelho, pude ver o Eduardo Menezes passando.... perdi a oportunidade de fazer a aula de contemporâneo com ele. Justamente hoje era ele quem daria a aula e eu não aguentava mais uma. Estava desde às 9h, já eram mais de 3horas e meia na ponta dos pés...

domingo, 12 de abril de 2009

Bossa Nova Hard Core

Ok, já faz tempo.... e não me perguntem os motivos. O tempo passa e, às vezes, arrasta a gente com ele...

Bem, o que interessa? A lot of things had changed since the last post. Em todos os sentidos e setores; passado o que foge ao meu círculo de influência, o negócio é sempre tocar em frente. É sempre o que nos resta, não é verdade? Dizia eu para o Léo outro dia... o que faz a diferença é a capacidade de cada um em reagir aos acontecimentos. Alguns ficam paralisados, revoltados contra aquilo que já é fato, que não tem mais remédio; entregam-se ao desânimo. Outros preferem persistir, continuar e mover-se rumo a um novo caminho. A dificuldade aqui é ter disposição e aceitar que TUDO na vida exige algum esforço. Do mínimo ao mais árduo. Por isso, quanto mais alto o pico, maior a caminhada.
E não tenham dúvidas, estou no segundo plano... o grau de esforço é cada um quem decide. Mas o negócio é ralar. Conformidade não leva ninguém a lugar algum.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Joining you - chapter 1

- Olá
- Oi
- Tudo bem?
- Tudo e vc? Nothing was really fine
- Que contas?
- Nada demais... I had billions of new discoveries to tell
- Que tá fazendo?
- Agora, trabalhando apenas... And thinking, and gaspering and turning in circles and regretting... whining to myself
- Tá ocupada?
- Um pouco... mas dá para falar. That was the real problem. I couldn't tell. It was hard to accept
- Você vai hoje à noite?
- Não, não posso... I wanna go!
- Por quê?
- Preciso estudar. I can't see you again