domingo, 30 de agosto de 2009

Ritornello

À certa altura da tarde, já exausta, veio de súbito, um estalo na mente. Há quase quatro anos, também às vésperas do sete de setembro (ou seria exatamente na data TÃO festiva?) tinha o mesmo ímpeto. Trocava tudo de lugar; puxava, arrastava, analisava, limpava e recolocava. Ao certo, não saberia dizer se puxava os móveis ou as idéias; pensamentos arrastados, alguns arranhados, mas vivos. Tão vivos quanto o Sol que adentrava pela ampla janela no meio da desordem.
Os motivos da reordenação eram outros; ontem, fora um desejo de renovação; por hora, bastam as renovações. Creio que estou renovada e reavivada; talvez precisasse de um marco figurativo, um ponto de explícito recomeço para satisfazer meu inconsciente, tão exageradamente consciente e atento. O começo do fim de um período de transição e readaptação em diversos aspectos.
Ambiente limpo e reorganizado, alma limpa e satisfatoriamente aberta. Motivada a buscar mais. Chegar ao ponto alto, promover mais alguns ajustes. Olhava para meu pai, meu grande companheiro de todas as jornadas, e me sentia grata pela certeza e pela tranquilidade de sempre. Quem mais me ajudaria a arrastar todos os móveis e todas as idéias, com tal serenidade e simplicidade? Quisera eu que ele soubesse de todas elas...

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