domingo, 11 de abril de 2010

Porque a vida é sem título mesmo...

O que senti hoje foi pura e simples saudade. Uma tarde fria, o Sol tímido, os fracos raios, levemente mornos, trouxeram-te. Não era tristeza, não era ressentimento, nem dor... só saudade, desprovida de qualquer jogo e de qualquer mal-entendido

Fazia minha caminhada dominical, sob o Sol ameno quando observei o velhinho curvado sobre as flores amarelas. Cuidadosamente, ele cortava o caule uma a uma e depositava numa sacolinha plástica. Com tal esmero que nao esperava ver tão casualmente pelas ruas. Acolhia-as e guardava, com as pétalas e os botões para fora da sacola, para que pudessem respirar. Levou uns bons minutos nisso.

Continuei a caminhar, a pensar no que o levara à minuciosa colheita. Talvez a mulher gostasse de amarelo. Talvez fosse um tipo raro de flor, cuja procedência eu ignorava. Ou talvez fosse apenas o desejo de manter um jardim mais colorido. Fosse o que fosse, a razão maior estava na leve beleza daquelas flores. Beleza sutil, compassada, ao alcance da sensibilidade de quem parasse para observá-las.

A cena diferia muito do culto à vaidade que confunde-se com beleza. O belo nem sempre é visível aos olhos. Mesmo assim, deparo-me com garanhões de corpos esculturais prontos a fazerem cena e a despedaçarem corações, por pura vaidade.... A beleza passa longe do exibicionismo e dos egos inchados. O belo é sensação e não olhar...

Um comentário:

Thiago Bueno disse...

"O belo é sensação e não olhar"

Lindo o que escreveu!

Forte abraço!